História da Mail List  "Testemunhas"

 

     O ano de 1998 foi uma época muito tumultuada na vida de dois amigos meus. Um deles, eu vim a conhecer ainda na década de 70, em um congresso das Testemunhas de Jeová, em minha cidade. Como membros dedicados desta denominação religiosa, assistíamos com interesse às diversas palestras que se apresentavam diante de nós, com uma  atenção que só era esporadicamente interrompida por um comentário ou outro que fazíamos, às vezes pertinentes ao discurso, às vezes não. Recordo-me, inclusive, da participação dele como ator  em uma encenação bíblica em um de tais congressos - denominada "drama" - na qual interpretava, devidamente caracterizado com trajes da época, um membro da corte do rei da Babilônia, Nabucodonosor, correndo apavorado ao ver que os hebreus que haviam sido lançados na fornalha, não só não haviam morrido, mas caminhavam por entre as chamas. Sendo este meu amigo bastante míope e, estando, nesta ocasião, impedido de usar seus óculos, acabou por tropeçar - seu tombo causou grande susto na platéia e, ao mesmo tempo, emprestou bastante realismo à cena. Recordamos este cômico episódio outro dia, em meio a muitos risos. Ele foi membro da religião por cerca de 24 anos - 14 dos quais como 'ancião' ("pastor") - tendo se batizado na década de 70, pouco depois de mim.

 

      A outra pessoa a que me referi no início desta sentença, só vim a conhecer em 1999. Ele batizou-se no ano de 1979, tendo igualmente servido como 'ancião' em sua congregação por cerca de 9 anos. O laço que une estas duas pessoas é tríplice: têm vínculos familiares, ambos pertenceram à mesma religião e igualmente ambos atravessaram um tempestuoso conflito pessoal envolvendo suas convicções religiosas. Conforme mencionei no início deste artigo, o ano de 1998 testemunhou uma reviravolta em suas vidas pessoais. O que motivou tal transformação? Simplesmente a aplicação prática, nas suas vidas, de um conselho dado pela liderança de sua própria religião:

 

  "Precisamos examinar não só o que nós mesmos cremos, mas também o que é ensinado pela organização religiosa com que talvez nos associemos. Estão os seus ensinos em plena harmonia com a Palavra de Deus? Se amarmos a verdade, não precisaremos temer tal exame."

                                                                               A Verdade que Conduz à Vida Eterna, pág. 13

    

     Irônico como possa parecer, foi exatamente tal busca da verdade que culminou com seu afastamento  da religião à qual serviam por duas décadas. Todavia, tal afastamento teve seu preço: a perda da companhia de dezenas de amizades construídas ao longo de anos e até a perda do contato com entes queridos, os quais, por força da doutrinação que recebem, recusam-se, até o dia de hoje, a sequer cumprimentar seus próprios parentes consanguíneos. Mais detalhes sobre este drama humano podem ser obtidos no seguinte endereço:

 

 http://www.testemunha.com.br

 

       Eu próprio havia vivido meu drama pessoal cerca de 10 anos antes deles (para mais detalhes, consulte o ícone "Apresentação" na página principal deste site).  Pois bem, meu reencontro com estas pessoas foi fruto de uma série de coincidências favoráveis. Um dia, estava eu a observar um belíssimo por-do-sol no litoral de minha cidade, quando subitamente encarei um rosto que não me era estranho. Imediatamente associei aquele rosto à religião da qual eu me havia afastado. Hesitei em cumprimentar a pessoa e notei que ela também se mostrava receosa. Na verdade, ambos nos afastáramos da mesma religião e cada um, não sabendo da condição do outro, temia ser ignorado ou mal recebido, pois esta é a prática corrente das Testemunhas de Jeová com respeito àqueles que se afastam, ainda que por razões de consciência. Timidamente ele me cumprimentou e eu respondi favoravelmente. Daí, iniciamos um diálogo em um clima de indisfarçada insegurança, até sentirmos o alívio de saber que nos encontrávamos ali, próximos ao mar e, por assim dizer, no mesmo "barco". Passei a frequentar a casa deste amigo e, lá, eu vim a ter conhecimento de coisas que ele havia investigado sobre minha antiga religião, as quais, de início, me chocaram bastante. 

 

     Foi a partir daí que eu próprio decidi averiguar o assunto por mim mesmo, coisa que eu jamais havia feito, mesmo já estando afastado há 10 anos. Pouco tempo depois, ele me deu a conhecer o trabalho das duas pessoas que mencionei no início deste artigo. Ao falarmos de uma delas, compreendi que nos referíamos ao mesmo indivíduo, a saber, William do Vale Gadelha - ou 'Bill', como era conhecido - o qual vim a reencontrar mais de 10 anos após a última vez que nos tínhamos visto. Simultaneamente, vim a conhecer aquele que hoje é, para mim, um amigo e companheiro de causa - Cid de Farias Miranda, a outra pessoa que mencionei neste relato.

 

     A partir deste contato, soube do recente surgimento da mail list "Testemunhas", a qual ele havia criado, juntamente com outros amigos, alguns afastados da religião e outros não, com o intuito precípuo de criar um espaço onde os membros ou ex-membros das Testemunhas de Jeová pudessem expressar-se livremente - anônimas - quanto aos seus questionamentos e dúvidas ou, eventualmente quanto àquilo que consideraram cerceamento de defesa, em seu processo de exclusão da religião. A partir de nossas conversas, eu, Cid e Bill ficávamos impressionados com a similaridade de nossas experiências. Imediatamente ingressei na lista e, como resultado de minha participação, tive a alegria de ser "promovido" a moderador dela - juntamente com seu criador - pouco tempo depois. Assim, eu e Cid criamos um novo estatuto que melhor definisse nossos objetivos, o qual está em vigor até hoje. 

 

     Durante o ano de 1999, tornei-me um profundo pesquisador da entidade cujo razão social é Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados - organismo internacional mantenedor da religião "Testemunhas de Jeová" - desde sua fundação, no final do século XIX, até nossos dias. Para isto, disponho, no momento, de mais de 9 fontes bibliográficas sobre o assunto, algumas oriundas da própria organização. Meu trabalho é eminentemente secular, informativo e não religioso. Não exaltamos uma religião, em particular, como superior às demais nem promovemos qualquer filosofia ou ideologia política em especial. Nosso intuito é conscientizar. Não somos nem pretendemos ser líderes ou clérigos de qualquer natureza. Entretanto, esteja certo de que tudo o que apresentamos é fruto de extenuante pesquisa. Há diversos foros sérios de debate internacionais como o nosso, por exemplo, na Europa e Estados Unidos. Convido você, visitante, a nos conhecer melhor e, quem sabe, tomar parte em nossos debates. Esteja preparado para grandes surpresas...

 

     A seguir, apresento nosso estatuto, bem como uma série de nossos mais espetaculares debates sobre diversos temas de interesse, selecionados para dar a você uma noção do nível de nossas discussões e investigações. Seja bem-vindo e revisite esta página periodicamente, pois a mesma estará sob perene atualização. Ajude-nos com sua sugestão ou crítica. Boa pesquisa!

 

 

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