Nota: meus comentários estão em cores, os de Hermman, em preto.

 

 
Prezado Hermman
 
Saudações por seu retorno.
 
Passo agora a refutar respeitosamente algumas de suas colocações, ao meu ver, alicerçadas em areia, não em rocha firme (Mateus 7: 26). Pretendo mostrar evidências concretas  quanto a isto. Vamos a elas:
 

Entre as interessantes mensagens que li outro dia diz respeito a uma irmã
que em Salt Lake identificou-se como Tj. Embora esta tenha ficado desapontada,
como muitos aqui, com erros cometidos no passado pela organização, uma de suas
expressões foi: "Nunca senti tanto o espírito de Deus quanto na época em que
estive nesta organização." Vi também alguns expressarem algumas de suas grandes
alegrias que tiveram como o dia em que um de seus estudantes, filhos ou parentes
próximos se achegaram a verdade, (isto é conheceram algumas verdades bíblicas,
aceitaram o sacrifício de Jesus e se associaram com a organização),
 
Considere agora o seguinte relato - proveniente de um homem que tinha estado muito deprimido e teve uma insólita experiência ao comparecer a uma reunião 'cristã':
 
   "Eu usufruí uma conversa estimulante e uma atmosfera energética na reunião. Aquelas  pessoas relacionavam-se umas com as outras tão facilmente quanto irmãos e irmãs e claramente sentiam que eram parte de uma família global. Elas pareciam muito felizes com suas vidas. Após minha depressão no mês passado, eu fui revigorado por toda aquela energia positiva. Eu fui para casa naquela noite sentindo-me afortunado por ter conhecido aquela gente maravilhosa... Eu me senti engrandecido com o pensamento de que... o rumo de minha vida estava agora na 'trilha certa' ... o pensamento de que Deus estava trabalhando ativamente para fazer ressurgir o Jardim do Éden. Nada mais de guerras, nada mais de pobreza, nenhuma agressão ecológica. Só amor, verdade, beleza e bondade...
 
     Nós nos identificamos verdadeiramente com os primitivos cristãos: quanto mais pessoas opunham-se a nós, tanto mais obrigados nos sentíamos. Era como se fôssemos o exército de Deus em meio a uma batalha espiritual - os únicos que poderiam ir  às linhas de frente e combater Satanás a cada dia.
 
     Nós vimos crentes como pessoas em busca de Deus, ou procurando por significado espiritual em suas vidas... Era sempre supreendente para mim perceber quantas pessoas nesta categoria nos diziam ter estado orando a Deus para que lhes mostrasse o que Ele queria que fizessem com suas vidas. Muitos criam terem sido 'espiritualmente' levados a encontrar um de nossos membros."
 
      Estas palavras soam-lhe familiares, Hermman? A mim soam.  Não têm o mesmo tom daquelas ouvidas em uma assembléia de circuito? Ou, quem sabe, em um dos típicos artigos de "A Sentinela" ou numa seção do "Anuário" sobre recém-convertidos de outras nacionalidades, relatando as 'maravilhas' da nova fé? Não temos ouvidos diversos irmãos expressarem-se assim quanto à Organização?
 
      Pergunto: provêm tais palavras de um irmão recém-batizado em um congresso? De um publicador no serviço de casa em casa? Ou de um jovem pioneiro regular relatando sua experiência aos irmãos no Salão do Reino? Ou, melhor ainda, de um dos membros da família de Betel falando a co-crentes? Resposta: NÃO. São as palavras de Steve Hassan , um ex-membro da Igreja da Unificação, criada pelo coreano Sun Myung Moon, mais conhecido como Reverendo Moon. O relato completo pode ser encontrado no livro dele "Combatendo o Controle Mental dos Cultos" (1988), em inglês. Penso que você já ouviu falar deste movimento religioso nos noticiários, bem como dos relatos de fanatismo associados a ele - pais aflitos com filhos que deixavam o lar para se dedicar àquela instituição, pessoas que abandonavam o convívio dos amigos e da família e ingressavam em um ambiente hermético, exótico e radical e coisas semelhantes.
 
     Discerne você a mensagem por trás de tais relatos, Hermman? Ora, encare os fatos - relatos de pessoas maravilhadas com o ambiente de uma 'irmandade' podem ser encontrados em toda e qualquer religião, de catolicismo a protestantismo, de islamismo a umbanda. Queira, por favor, abrir seus ouvidos aos relatos de pessoas que "se descobriram" em tais religiões e facilmente você perceberá a miopia de suas conclusões sobre o relato da senhora de Salt Lake e de outros nesta lista. Tais relatos - na melhor das hipóteses - só demonstram que a Organização Torre de Vigia consegue produzir em seus adeptos as mesmas sensações que outras religiões produzem nos seus. O relato que mostrei há pouco provam definitivamente este ponto. O  que nem você nem ninguém pode negar - pois os fatos assim o demonstram - é que qualquer credo religioso ou político pode produzir tais efeitos sobre as pessoas. Negar isto é estar alienado da realidade à volta. Sua tentativa de enaltecer a Sociedade a partir de tais exemplos - como se ela (a Organização) e só ela possuísse tal caráter vivificador - resulta simplesmente de seu preconceito em relação a outras religiões. Convido-o a visitar templos adventistas, presbiterianos, batistas e outros e solicitar relatos de seus membros. Daí, pare e ouça. Posso assegurar-lhe de que você ouvirá experiências plenas de emoção e transformação. Duvida? Caso não se queira dar a este trabalho e fazer uma peregrinação para descobrir o óbvio, então simplesmente sente-se diante de sua TV e assista diariamente, estupefato, aos 'testemunhos' de supostos ex-drogados, ex-alcoólicos, ex-promíscuos e ex-fracassados, os quais, comovidos - às lágrimas, até - declaram o efeito renovador e curativo de sua conversão à 'Quadrilha Universal do Reino de Deus'. Caso não saiba, até o ateísmo - que não é uma religião - pode proporcionar sentimentos de 'libertação' e 'alegria'. Já li relatos de pessoas "convertidas" ao ateísmo e, de fato, vi palavras similares às encontradas em relatos religiosos, embora, obviamente não contenham termos piedosos tais como 'santo', 'anjo' etc. Como disse um filósofo, "mais perigosa para a verdade do que a mentira é a convicção". A doutrina nazista - agora ressurgindo na Europa - certamente causou sentimentos de júbilo e revigoramento em muitos da sofrida população alemã nos difíceis anos 30. Toda sorte de credo e doutrina pulula de relatos de fervor e libertação, sem que isto de forma alguma prove serem eles 'O Caminho'. Por favor, em nome do bom senso, não tente dizer o contrário...
 
ao mesmo tempo não poderiam deixar de expressar o desapontamento pelas informações
paralelas que tiveram. Diga-se críticas amargas contra a organização.

Por "amargas" você quer dizer "infundadas"? Só há críticas amargas? Se há tanto amargas quanto sinceras, por que você só menciona as do primeiro tipo? Ou não há críticas sinceras? Por favor, exemplifique que críticas amargas são estas, ao invés de generalizar, não concedendo espaço para examinar se têm ou não fundamento.
 
Para minha tristeza, Hermman, mais uma vez o vejo a lançar mão de formas inadequadas de arrazoar. Neste parágrafo, você usa um argumento tipo straw man, distorcendo as palavras daqueles que relataram ter evidências de métodos escusos por parte da Organização. O desapontamento deles não era simplesmente por tomarem conhecimento da existência de críticas - pois qualquer um está ciente de que há e sempre houve críticas - mas, antes, por constatarem que as críticas tinham fundamento. Isto, sim, era deveras desapontador. Desapontadas ficaram ao se descobrirem vítimas de um logro. Caso não fôsse assim, não teriam se afastado da Organização ou não estariam a contrariar as repetidas exortações dela sobre "comer à mesa de demônios". Do contrário, que sentido faria estarem a buscar mais "desapontamentos" nesta lista ou em outras fontes??? Serão estas pessoas masoquistas? Ou estão simplesmente em busca da verdade dos fatos?

É claro que a sociedade carrega culpa por algumas destas "críticas amargas" se
a virmos friamente como instituição e não observarmos os indivíduos e as reais
intenções destes ao cometerem alguns erros doutrinais.
 
Um provérbio popular diz que de 'boas intenções' o inferno está cheio....
 
Entre estas 'culpas' que você menciona, por acaso estaria envolvida a culpa de sangue pelas proibições às vacinas, aos transplantes, a interminável sequência de liberações/proibições das assim chamadas frações do sangue, o charlatanismo em assuntos médicos na Golden Age ou a proibição da aquisição da carteira de identidade do partido do governo em Malauí?  Esquece-se você do fato de que diversos destes 'erros doutrinais' põem por terra a teoria da 'direção teocrática' e da 'escolha' do 'escravo fiel e discreto' em 1919?
 
Quanto à questão da visão 'institucional' da Sociedade, pergunto: o que constitui o  'alimento espiritual no tempo apropriado', a 'boa intenção dos indivíduos' ou a política tipo "fip-flop" da 'instituição'? Considera-a mais 'bem intencionada' do que Calvino ao condenar à fogueira Miguel Servet por heresia? Ou a Igreja Católica ao reabilitar Galileu? Neste respeito, é curioso notar que ninguém menos do que C. T. Russel - o fundador da Watchtower - foi ele mesmo o primeiro a opor-se à criação de uma instituição centralizadora ou de qualquer outro nome que não 'cristãos' (WT de 1881). A Watchtower de 15/9/1895 vai mais longe ainda, declarando que uma "organização" não só é desnecessária como perigosa e assim pensava Russel até a data de sua morte, em 1916. Em seu tempo, as congregações - ou eclésias - eram autônomas, não estando sujeitas a uma administração central. E o único vínculo entre elas, afirmava ele, era o amor, não uma direção sectária. Assim sendo, aquilo a que você carinhosa e eufemisticamente chama de 'erros doutrinais' causavam menos dano às pessoas nos tempos de Russel do que nas eras seguintes até nossos dias. Terá a Organização, ao afastar-se do modelo original de seu fundador, progredido ou, ao contrário, dado um gigantesco passo para trás - na mesma linha de outros movimentos sectários, constituindo aquilo que R. Franz denomina o padrão recorrente? Como é duro defender o Corpo Governante, Hermman. Seu esforço é comovente...
 
 
 Felizmente alguns destes
erros passados foram corrigidos (como era o antigo caso das pirâmides) e foi-se
humilde o bastante para rever posições quando estas se faziam necessários
(embora não de forma totalmente satisfatória para alguns).

 
E as consequências destes 'erros' sobre as vidas de milhares? Foram também 'corrigidas'? Neste respeito, volto a fazer-lhe um convite que formulei tempos atrás - e para o qual não me deu retorno até o dia de hoje - de que nos forneça evidências bíblicas e históricas que mostrem os primitivos cristãos, qual 'corpo governante',     1) ensinado 'erros' doutrinários com consequências sérias sobre a vida dos concrentes e afirmando que estes ensinos faziam parte da 'direção teocrática',       2) desassociando os que discordavam destes 'erros', 3) voltando atrás (e às vezes, retornando) nestes erros sem uma retratação e até louvando os efeitos benéficos dos erros. Isto para não mencionar a atribuição da culpa ao rebanho. Pode você mostrar tal evidência? Aguardo por ela, mas duvido que a possa fornecer...
 
Quanto à questão das pirâmides, queira reler o 'raquítico' e tendencioso reconhecimento sobre tal ensino no  livro Proclamadores, pág. 201, onde a Sociedade dá a entender que tratava-se apenas de um 'pensamento' individual de C. T. Russel - não a base de seus ensinos - corrigido pelas Testemunhas de Jeová, como se estas últimas constituíssem algo diferente e à parte de seu fundador e líder por mais de 40 anos. O leitor incauto, em vista do mínimo destaque dado ao assunto, tem a nítida impressão de que se tratava de um assunto de menor importância e não tem a real noção da ênfase dada a tal doutrina na literatura da Sociedade, então. Só para que os membros desta lista tenham uma idéia do destaque de tal assunto à época, eis uma pequena relação de publicações reafirmando a veracidade de tais ensinos: Zion's WT de 5/1881 e 9/1881 - sob a direção de Russel - Watchtower de 1/10/1917, 15/6/1922,  15/5/1925 e 15/11/1928 - sob a direção de Rutherford, isto sem falar nos diversos livros publicados sobre este tema. Curiosamente, a obra Proclamadores, além de não mencionar uma sequer das muitas publicações da Sociedade sobre tal ensino (os livros de piramidologia de Morton Edgar, por exemplo), não informa o leitor do fato de que o 2o. presidente, J. F. Rutherford, conforme se vê acima, advogou este mesmo ensino nas publicações até o ano de 1928, 9 anos após a escolha do 'Escravo Fiel e Discreto' pelo Cristo recém-entronizado, o que prova tratar-se  de ensino básico da instituição e não uma equivocada posição individual de Russel, como o livro quer fazer crer. Antes que você argumente que um reconhecimento mais esplícito foi feito na "A Sentinela" de Janeiro de 2000 como prova de candura (tardia, diga-se), queira, antes, por favor, demonstrar que - após tantos anos de silêncio - foi apenas uma coincidência tal matéria pormenorizada ter saído somente após a avalanche de denúncias sobre o assunto na Internet e 7 anos após o lançamento do livro Proclamadores, o qual já deveria ter esclarecido tudo . Por que não deu a conhecer tais pormenores no próprio livro , supostamente produzido sob a égide da "candura"? Hermman, meu amigo, não seja simplório. Caso decida ser, por favor, não ensine outros a serem também. A Organização tem agido como qualquer outra grande corporação, promovendo-se, omitindo e revelando fatos quando lhe é conveniente, tal qual as multinacionais - a Microsoft defendendo suas técnicas nada ortodoxas de concorrência, os fabricantes de medicamentos ao boicotarem os 'genéricos' em "defesa" da população, a "Quadrilha Universal" afirmando que os abraços afetuosos aos sacos de dinheiro por parte do Sr. Edir Macedo foram um equívoco passado individual etc.

Muitas questões suscitadas pairam sob uma análise muito subjetiva dos fatos:


Um pode ver todas estas coisas e achar que isso não afeta sua relação com Jeová
e sua boa relação com ele,
 
Onde se lê "Jeová", leia-se "a Organização" e onde se lê "ele", leia-se "a Torre de Vigia" e, aí, se terá uma noção do real significado destas suas palavras. Que proveito há em se servir a Deus por meio e sob a orientação de uma organização desonesta? Eu próprio li, por exemplo, o livro "Proclamadores" e confesso que tive de parar por diversas vezes para me refazer, chocado com o linguajar dúbio, as omissões e as mentiras que permeiam o livro. Em breve, apresentarei a você e aos demais da lista um verdadeiro "rosário" de trechos do tipo que menciono agora no meu próprio ensaio , com provas e tudo o mais. Espero que o seu, ao invés apresentar meras filosofias, siga a mesma linha...
 
 com a fraternidade de irmãos e continuar levando uma
boa vida como cristão ainda na organização, com problemas de relacionamento
(como todo ser humano), com problemas do dia-a-dia e com esperança quanto ao
futuro baseada na Palavra de Deus.
 
É um argumento interessante. Infelizmente pode ser aplicado a toda e qualquer religião cristã. Tal premissa, pois, se aplicada a apenas uma única entidade, mostra-se circulatória e vazia...

Outro, excessivamente confiante em homens (embora estes mesmos aleguem a
imperfeição e não-inspiração e isso é tão óbvio diante de alguns erros passados)
 
Esta sua afirmação baseia-se ou em desinformação ou em excessiva indulgência, pois a Organização tem, em seu currículo, as seguintes declarações: 
 
a) Ela se diz "profeta" de Deus - "Watchower" de 15/1/59, 1/4/72, 1/10/82 e "Despertai!"de 8/6/86
 
b) Ela declara falar em nome de Deus - "Watchtower" de 15/3/72 e 1/9/79
 
c) Ela declara-se porta-voz e canal de Deus - "Watchtower" de 1/2/57,15/6/57, 15/1/59, 15/7/60 e 1/9/91
 
Os fatos falam por si. A julgar pela quantidade de "flip-flops" doutrinais e da vasta biblioteca obsoleta da Torre de Vigia, parece que a "imperfeição" é bem mais forte do que a "direção" divina. Enquanto diversas publicações de comentários bíblicos feitos há séculos pelos clérigos de "Babilônia, a Grande", continuam atuais até nossos dias - tanto é verdade que o Corpo Governante as possui em sua biblioteca e lança mão frequentemente delas - as publicações da Sociedade não resistem sequer a 30 anos. Algumas - como as publicações sobre transplantes não resistiram sequer a uma década. Outras - como as publicações sobre a questão das frações do sangue - não resistiram nem a dois anos de validade. Que fraca "direção divina" essa...

, ficam profundamente desapontados diante do criticismo à sociedade como
instituição, (ou mesmos por problemas pessoais - alguns chegando ao ponto
de expressarem que "nunca viram amor ao próximo dentro da organização) que
se esquecem da boa relação que tinham com Deus enquanto nesta organização e
perdem a alegria o bastante para deixá-la.
 
Em primeiro lugar, você próprio reconhece que apenas "alguns" vão ao ponto de afirmar que não viam amor dentro da organização. Se são alguns, então não constituem a maioria, certo? O que muitos, na verdade, querem dizer é que diversas pessoas (embora, naturalmente, não todas) ocultam sua personalidade por trás de um gordo relatório de campo,  de bons discursos, de cumprimentos nas reuniões, de belíssimos comentários nos estudos ou por uma conduta auto-justa. É um fato inegável que o legalismo da Organização, bem como a excessiva vigilância sobre a conduta dos membros tem induzido  muitos a levar uma vida dupla. Esta era uma ocorrência comum durante todos os anos em que estive "de bem" com a Torre de Vigia. Todavia, o alvo de nossas críticas é a liderança da instituição, não seu rebanho de vítimas. O fato de haver pessoas decentes e pessoas indecentes na Organização serve apenas para comprovar a semelhança dela às outras instituições religiosas. Nem melhor  nem pior, apenas mais uma...
 
Em segundo lugar, o que você chama de "boa relação com Deus", na verdade, quer dizer boa relação com a Organização, pois, conforme ela própria afirma, NINGUÉM pode ter uma boa relação com Deus sem a mediação da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Você parece desconsiderar totalmente o clima de fraternidade cristã que permeia diversas outras religiões. Data venia, por ignorância ou por preconceito.

Posteriormente, há aqueles que ainda defendem tudo aquilo que acreditavam,
porém com maior auto-crítica, diante dos erros passados da organização.
 
E que dizer dos erros presentes da Organização? Pelo que vejo, se depender de você, Hermman, o Corpo Governante pode ficar tranquilo, pois todos os seus erros - passados, presentes e futuros - já estão absolvidos....
 
Outros se tornam amargos o bastante para expressar toda a sua frustação com
pressões a governos, "grupos de ajuda" em questões familiares (guarda de filhos)
e tantas outras ações de ex-tjs militantes (que não é uma regra geral).
 
Você parece confundir amargura com desonestidade, Hermman. Para você, uma crítica amarga é indigna de crédito? Acha injusto que alguém sinta amargura após investir os melhores anos de suas vidas, seus recursos, liberdade e saúde em razão de falsas previsões (1799, 1874, 1878, 1914, 1918, 1925, 1941, 1975 e 2000)? Por que, ao invés de desqualificar as críticas, não procura provar documentalmente que elas não têm fundamento. Estou até este dia à espera de suas evidências. Já começo a perder as esperanças...
 

O que resta de ambos os lados, em alguns, é o maniqueísmo, algo que
particulamente venho deixando aos poucos neste assunto:
 
Maniqueísmo, Hermman, é simplesmente a especialidade da Torre de Vigia. Vejamos: A SOCIEDADE: A ÚNICA RELIGIÃO CERTA, O CANAL DE DEUS, A "ARCA" SALVADORA;  TODAS AS OUTRAS RELIGIÕES: BABILÔNIA, A GRANDE - O IMPÉRIO MUNDIAL DE RELIGIÃO FALSA. Nega você que é assim? Melhor ainda, responda objetivamente, sem rodeios: você concorda com a afirmação acima??? Se não concorda, ou se concorda parcialmente, está a discordar do "Escravo Fiel e Discreto" - o que, para mim , não seria novidade. Todavia, para mim será uma surpresa se você der uma resposta direta...
 
 Aquele que permanece
por sentir a "ação do espírito de Deus e ter uma boa relação com ele" está
errado?
 
Depende. Sentir a "ação do espírito de Deus e ter uma boa relação com ele" é algo pessoal e altamente subjetivo. Saulo de Tarso perseguia cristãos e se sentia assim (Atos 8:1).A Bíblia fala de um tempo em que todo aquele que matasse um cristão, imaginaria ter prestado um serviço sagrado a Deus (João 16:2). Pergunto-lhe: se a pessoa sentir estas bênçãos como adventista, presbiteriano, pentecostal, católico ou muçulmano, deve ela considerá-las como um parâmetro seguro e permanecer nestas religiões ou deve bandear-se para a Watchtower? Passo a você a palavra...
 
 Aquele que saiu por "questões de consciência" está certo?
 
Para que serve a consciência, Hermman? Se alguém toma conhecimento de atos escusos da Organização, diversos deles expostos aqui mesmo, nesta lista; de declarações bombásticas na literatura da Sociedade e de falsidade ensinada como proveniente da "direção"de Deus - em óbvio conflito com o cristianismo bíblico e sem obter explicações satisfatórias - o que deverá ela fazer com sua consciência? Sufocá-la e "esperar em Jeová"? Que alternativa razoável você propõe àquele que deixa esta organização sob tais circunstâncias? Não exorta a própria Torre de Vigia a deixar qualquer religião que não se mostre certa e verdadeira ("A Sentinela" de 15/11/63, págs. 688,689, em inglês) ou que não trate seus membros com honestidade (livro "É Esta Vida Tudo o Que Há", pág. 46, em inglês)???
 
 
Não me
parece lógico, por exemplo nenhum tipo de categorização massiva,
 
Categorização massiva é outra especialidade - entre muitas - da Torre de Vigia, Hermman. Ou você já se esqueceu dos jargões do tipo "A verdade", "o povo do mundo", "o povo de Jeová", "as religiões de Babilônia", "os apóstatas odiosos", "o pior aqui dentro é melhor do que o melhor lá fora" e coisas assim??? O que são tais expressões, senão claras categorizações???
 
 que alguns
artigos produzidos por indíviduos na sociedade talvez façam para com algumas
destes que nos deixaram, talvez o ideal seria expressar que seu julgamento
cabe a Jeová.
 
Seria bom que você dissesse isso ao Corpo Governante, Hermman, pois ele há muito já anunciou o veredicto:
 
"Apenas as Testemunhas de Jeová, os do restante ungido e os da Grande Multidão, qual organização unida sob a proteção do Organizador Supremo, têm esperança bíblica de sobreviver ao iminente fim deste sistema condenado, dominado por Satanás, o diabo."
 
                                                      - A Sentinela de 1/9/1989
 
 
  
Porém, não deixo de ver afirmações dogmáticas do outro lado ao
ponto que justifique o "você é cristão verdadeiro, mas está errado por
permanecer nesta organização".

Uma das definições encontradas para a palavra "dogma" é: "princípio de fé indiscutível de doutrina religiosa" (Mini-Dicionário Compacto da Língua Portuguesa). Queira, por favor, demonstrar onde temos nos recusado a discutir ou abordar um tema relativo às denúncias que fazemos contra a Watchtower, de modo  que você classifique nossas afirmações de dogmáticas. Por outro lado, gostaria que você me demonstrasse que a ressureição dos "ungidos" em 1918, a  "escolha" do "Escravo Fiel e Discreto" em 1919, o cumprimento da profecia do "Vale dos Ossos" (Ezequiel 37: 1,2) no aprisionamento de Rutherford e seus diretores, o "fechamento" dos céus em 1935 e a existência de seres assexuados na nova ordem (os ressuscitados) podem ser provados e, portanto, não são dogmas...
 
Sim concordo  com a irmã que disse que o espírito de Deus é sentido por
aqueles que servem de todo coração ao verdadeiro Deus e tenho sérias questões
contrárias aos pensamentos pessoais de Raymond Franz.
 
Que você concorde com esta parte apenas do comentário da irmã, já era esperado.  Que você discorde dos pensamentos de Ray Franz, também. Agora, que você desconheça o sentido subjetivo e vago da palavra "sentir", para mim é uma novidade. Gostaria de vê-lo em um tribunal, defendendo um cliente com a tese de "meu cliente sente que é inocente"... ou "a inocência de meu cliente é sentida por mim..." ou "o espírito de Deus é sentido por aqueles que acreditam na inocência de meu cliente...", sem apresentar - insisto - PROVAS da inocência dele. Gostaria de saber até quando, de um lado eu apresentarei provas documentais do que afirmo e, do outro, você apresentará, como contraprova, o que acha e sente...
 
 (alguns dos quais já
expressei aqui, outros após terminar meu ensaio sobre o livro crise de
consciência).
 
O livro de Ray Franz está repleto de citações da literatura da Sociedade, nomes, datas,  depoimentos, fotocópias, documentos etc. Se o seu ensaio há de ser levado a sério, espero que venha na mesma forma e não - como de costume - cheio de opiniões e sentimentos. Do contrário, infelizmente cairá no ridículo...
 
Entre algumas delas, por exemplo, seria a indiferença ao nome
de Jeová ao ponto de não citá-lo em suas elucubrações pessoais e que muitas
e muitas das "ex-tjs- mor"  assinam embaixo, embora outras, por uma questão
diplomática não o fazem na prática.
 
Neste caso, antes de criticar o autor pela não compulsão pelo uso do tetragrama - coisa típica dos israelitas nos tempos pré-cristãos e, atualmente, da Sociedade Torre de Vigia - queira, por gentileza responder, com provas, às seguintes indagações:
 
a) Por que, estando disponível - desde 1901 - a American Standard Version, a qual mencionava o tetragrama quase 7.000 vezes no AT, a Sociedade preferiu utilizar, até o ano de 1950 (ano da publicação da TNM), outra fonte em suas citações, a versão King James, que vertia o nome por "Deus" (Theos)  ou "Senhor" (Kyrios), e não Jeová?
 
b) Por que a Sociedade apregoa que a TNM representa a restauração do nome divino se, desde o século 17, a tradução espanhola de Cipriano já usava o tetragrama milhares de vezes e a Holy Name Bible, produzida por um antigo movimento religioso chamado "Assembléias de Iavé", menciona o tetragrama em um maior número de vezes do que a TNM no NT?
 
c) Estando Deus - segundo afirma a Sociedade na "Despertai!" de 8/5/85 - a garantir a fidelidade e exatidão do texto de sua Palavra ao longo dos séculos, bem como a vindicação de Seu Nome, então por que, das cerca de  5.000 cópias antigas existentes do NT, NENHUMA  apresenta o tetragrama? Terá sido fraca a mão de Deus neste respeito?
 
d) Se a inclusão do tetragrama é condição fundamental para atestar a canonicidade de um livro escrito por um servo de Deus após a revelação do nome Divino a Moisés, em Êxodo, por que então o livro de Ester  (AT) não o menciona uma vez sequer e, ainda assim é aceito como inspirado e livre de apostasia? 
 
e) Se o uso do tetragrama é sinal identificador dos verdadeiros cristãos - não mencioná-lo frequentemente seria indício de apostasia - então por que , até na própria tradução da Watchtower, o nome divino não é mencionado uma vez sequer em QUATRO  cartas do apóstolo Paulo - Filipenses, I Timóteo, Tito e Filêmon - e nas TRES cartas do apóstolo João? Estariam estes apóstolos "apostatando"?
 
f) Em face das 7.000 vezes que o tetragrama aparece nas Escrituras Hebraicas, por que o mesmo aparece tão pouco nas Escrituras Gregas Cristãs, mesmo na discutível TNM, onde  aparece só 237 vezes, ao passo que o nome de Jesus Cristo aparece 912 vezes (quase quatro vezes mais)? Nota: eu próprio andei verificando, por exemplo, um livro do AT com o mesmo número de páginas de Mateus; encontrei nele cerca de 300 citações do tetragrama. Em Mateus, pela TNM, encontrei pouco mais de 10 vezes. Pela esmagadora maioria das outras traduções,  nenhuma vez sequer. Por que esta disparidade?
 
g) Por que a Sociedade, na TNM, contrariou o princípio básico de aderir aos manuscritos mais antigos do NT, entre eles um do 2o. século DC ou antes (Chester Beatty Papirus No. 2), e, arbitrariamente, optou por traduções do grego para o hebraico datadas do 4o. século em diante?
 
h) Por que os apóstolos e discípulos de Cristo, ao referirem-se ao Ser supremo, usaram 22 vezes a expressão "Senhor Deus", 40 vezes "Deus Pai" e 1.275 vezes simplesmente "Deus"? Estariam eles "apostatando"?
 
i) Mesmo considerando que a TNM esteja correta ao introduzir o tetragrama 237 vezes no NT, por que a referência a Deus é feita 260 vezes sob a forma de "Pai"?
 
j) Por que não encontramos  (exceto na TNM, nos trechos das citações do AT) nas pregações de Cristo tais como o sermão do monte, a oração-modelo ou em suas orações na noite de agonia até o suplício final, UMA VEZ SEQUER, o uso espontâneo do tetragrama?
 
k)  Por que Jesus Cristo, na noite de sua morte, referiu-se quatro vezes ao "nome" de Deus sem mencionar uma única vez o tetragrama, tendo se referido a ele como "Pai" 50 vezes e, nos últimos momentos, clamou ao ser supremo, não usando o tetragrama, mas chamando-o de "Meu Deus" e "Pai" (João 17: 6,11,12,26 e Mateus 27: 46)?
 
 Queira por favor responder convincentemente a cada uma destas indagações antes de criticar R. Franz pelo pouco uso do tetragrama. Ironicamente, pelos seus comentários, parece que Cristo e seus discípulos e apóstolos eram apóstatas. Caso consiga desencumbir-se bem desta tarefa e esclarecer tudo com provas documentais, proponho seu ingresso imediato no Corpo Governante. Você pode ser o homem de que a Organização precisa para reabilitar-se perante  os apóstatas...


Só alguns pensamentos pessoais,
 
Só algumas contestações aos seus devaneios pessoais...


Um abraço a todos, Idem


Hermman
 
Odracir
 
Nota: em breve, mais refutações aos seus últimos e-mails.
 

 

 

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